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Mais bem informado, consumidor dá mais valor à sustentabilidade do que ao consumismo

25/04/2013

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Pesquisa Akatu destaca que os consumidores brasileiros já sabem mais sobre sustentabilidade e RSE e estão mais críticos em relação às empresas.

O Instituto Akatu lançou nesta quinta-feira (25/4) a Pesquisa Akatu 2012: Rumo à Sociedade do Bem-Estar. Trata-se da oitava edição da série de publicações “Responsabilidade Social Empresarial – Percepção pelo Consumidor Brasileiro”, que vem sendo realizada desde 2000. O levantamento retrata um consumidor brasileiro que, mesmo num clima econômico de maior consumo, mantém inalterados seus comportamentos cotidianos de consumo consciente, tem mais interesse e maior conhecimento sobre sustentabilidade e sobre responsabilidade social empresarial e está mais crítico e exigente sobre as práticas das empresas nessas áreas.

A pesquisa, que contou com patrocínio do Grupo Pão de Açúcar, da Natura, da Nestlé e da Unilever, entrevistou 800 pessoas com mais de 16 anos de idade, de todas as classes sociais e de 12 capitais e/ou regiões metropolitanas de todo o Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Embora o levantamento indique uma estabilidade do número de consumidores classificados como “Conscientes” (ver nota no fim do texto) – em torno de 5% da população –, houve crescimento na adesão a práticas de consumo consciente, ainda que, neste momento, apenas de maneira eventual e não contínua. De 11 comportamentos considerados indicativos de consumo consciente, quando se adiciona aos consumidores que aderem “sempre” a esses comportamentos aqueles que aderem “às vezes”, oito comportamentos apresentaram aumento em relação a 2010, entre eles: planejar a compra de alimentos e roupas; desligar lâmpadas; fechar torneiras; usar o verso do papel; e ler rótulos de produtos.

Esta tendência é reforçada por outro importante resultado da pesquisa: solicitados a priorizar seus desejos, uma significativa maioria dos entrevistados optou por soluções mais sustentáveis. Em cinco dos oito temas propostos (afetividade, alimentos, água, mobilidade, durabilidade, energia, resíduos e saúde), eles deram preferência a alternativas mais ligadas ao “caminho da sustentabilidade” do que as relacionadas ao “caminho do consumismo”. Um exemplo é o tema da afetividade, que possui a maior diferença entre os consumidores que preferem o cenário mais sustentável (passar tempo com amigos e família – com índice de prioridade de 8,3, em uma escala de 0 a 10), em vez do consumista (comprar presentes – com índice de 2,6). Vale destacar que a preferência pelo “caminho da sustentabilidade” ocorre em todas as classes sociais, faixas etárias e em todos os segmentos socioeconômicos e geográficos.

Para os brasileiros, o conceito de felicidade está relacionado à preferência pelos caminhos mais sustentáveis. Quando questionados sobre o que consideram ser felicidade, dois terços dos entrevistados indicaram que estar saudável e/ou ter sua família saudável é um fator essencial. Para 60% do público que respondeu à pesquisa, conviver bem com a família e os amigos também os aproxima mais da felicidade. Apenas três em cada 10 brasileiros indicaram a tranquilidade financeira em suas respostas sobre “o que é felicidade para você?”.

“O estudo mostra que grande parte da sociedade brasileira já compartilha, mesmo que de forma difusa e pouco consciente, a noção de que, uma vez satisfeitas as necessidades básicas, a busca da felicidade implica tomar o caminho da sustentabilidade, e não o do consumismo”, afirma Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu.

Decisão de compra

Ao valorizar mais o consumo consciente e as opções mais sustentáveis, o consumidor brasileiro também passou a ser mais exigente em relação à atuação das empresas. O levantamento do Akatu revela que o comportamento das empresas impacta diretamente na decisão de compra dos consumidores, que destacam cinco aspectos como motivadores de preferência ou admiração por determinadas empresas: “Não maltratar animais” (52%); “Ter boas relações com a comunidade” (46%); “Ter selos de proteção ambiental” (46%); “Ajudar na redução do consumo de energia” (44%); e “Ter selo de garantia de boas condições de trabalho” (43%).

As duas práticas que mais negativamente impactam a disposição do consumidor para comprar produtos de uma empresa ou falar bem dela continuam as mesmas de 2010 e de anos anteriores: “Ter produtos que podem causar danos à integridade física dos seus consumidores” (72%) e “Fazer propaganda enganosa” (71%).

“Saber que o potencial de adesão ao consumo consciente e à sustentabilidade já se expressa nos desejos dos consumidores é um sinal de alerta para empresas e lideranças em geral, que deveriam avaliar mais profundamente suas estratégias de explorar mais ainda um modelo esgotado, insustentável e conflitante com as aspirações dos consumidores e com suas concepções de felicidade”, indica Mattar. “Sustentabilidade e responsabilidade social são e continuarão a ser pilares fundamentais para apoiar a transição civilizatória em que estamos todos envolvidos. Por isso mesmo, esses pilares devem ser incorporados às práticas reais das empresas”, complementa.

Por outro lado, a pesquisa indica que houve um aumento do ceticismo dos brasileiros com relação às empresas: o percentual de consumidores, já baixo em 2010, que acreditava incondicionalmente no que as empresas divulgam sobre suas práticas de responsabilidade social empresarial caiu de 13% para 8%.

O aumento do ceticismo se relaciona possivelmente com o crescimento da compreensão sobre sustentabilidade e do interesse por informações. O contingente de brasileiros que “ouviram falar” do termo “sustentabilidade” aumentou de 44% para 60% em dois anos, bem como o interesse de buscar informações sobre o tema (de 14% para 24%). Quando comparado a diversos outros, os dois únicos temas que tiveram expressivo crescimento no nível de interesse do consumidor foram justamente o da Responsabilidade Social Empresarial e o da Sustentabilidade: em 2010, ambos estavam em um patamar inferior a todos os demais e, em 2012, 24% apontaram seu interesse no tema Sustentabilidade e 25% em Responsabilidade Social Empresarial, praticamente no mesmo nível de temas tradicionais como Empresas/Negócios (26%) e Política (30%).

Refletindo sobre o papel das empresas, Mattar apontou que “certamente há papéis fundamentais a ser desempenhados por todos os atores sociais. Mas também é certo que as empresas têm um papel fundamental no processo, fomentando e dando concretude ao trajeto rumo a uma sociedade mais sustentável, de forma a incluir os bilhões de seres humanos ainda privados das condições básicas para a promoção de seu bem-estar e segurança material, respeitados os limites do planeta”.

Para download:

Relatório completo da Pesquisa Akatu 2012: http://bit.ly/Pesquisa2012;

Sumário de conclusões da Pesquisa Akatu 2012: http://bit.ly/SUM2012.

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Nota

A segmentação realizada pelo Akatu por meio do Teste do Consumo Consciente se baseia na quantidade de comportamentos que o consumidor declara “adotar sempre” ou “ter realizado” nos últimos seis meses. Tendo como referência 13 comportamentos de consumo consciente, o critério de segmentação é baseado no número de comportamentos adotados:

  • Indiferentes: de 0 a 4 comportamentos;
  • Iniciantes: de 5 a 7 comportamentos;
  • Engajados: de 8 a 10 comportamentos;
  • Conscientes: de 11 a 13 comportamentos. 

Fonte: Instituto Akatu

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