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Os desafios do plano nacional de imunização contra a Covid-19 no Brasil

Especialistas apontam 4 principais obstáculos a serem superados

18/03/2021

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Não é novidade que o Plano Nacional de Vacinação (PNI) apresenta gargalos que têm contribuído com o colapso no sistema hospitalar em várias cidades brasileiras. Iniciado em janeiro de 2021, o PNI tem sido marcado por atrasos, improvisos, falhas e ausência de metas públicas objetivas.

A dinâmica de vacinação é distinta nos cinco países com maior número de óbitos por Covid-19: Estados Unidos, Brasil, México, Índia e Reino Unido. Diferenças na estratégia para o alcance de metas, no cronograma de vacinação, nos imunizantes adquiridos, na seleção de grupos prioritários e nas coberturas previstas ou já alcançadas são o que diferem quem tem se saído melhor na quantidade de pessoas vacinadas e de quem, como o Brasil, sofre ao ver o número de mortos aumentar, enquanto ainda tem que lidar com as novas cepas do vírus.

“O Brasil necessita urgentemente superar as barreiras que hoje impedem o fornecimento suficiente e ininterrupto de vacinas contra a Covid-19 no SUS. É preciso orientar e acelerar o acesso equitativo aos imunizantes, o que requer a cobertura vacinal suficiente dos grupos prioritários definidos, mas também a inclusão das populações historicamente marginalizadas e com menor acesso às ações e serviços de saúde”, destaca o documento.

A nota técnica aponta a necessidade de criar em caráter excepcional uma estrutura de enfrentamento da pandemia no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) para superar a atual fragilidade dos mecanismos de coordenação nacional, com representação multissetorial e interpoderes, incluindo o Congresso Nacional, Poder Judiciário, Ministério da Saúde, SUS, Comunidade Científica e representantes da Sociedade Civil.

Para os especialistas da Rede de Pesquisa Solidária, que produzem os boletins como parte da iniciativa “Covid-19: Políticas Públicas e as Respostas da Sociedade”, os principais obstáculos a serem superados na imunização contra a Covid-19 no Brasil podem ser agrupados em quatro categorias: 1) quantidade insuficiente de vacinas e diversidade limitada das bases tecnológicas dos imunizantes; 2) inconsistência na escolha, definição e quantificação dos segmentos populacionais prioritários; 3) baixa cobertura vacinal; 4) limitação e inadequação da produção e da divulgação de dados sobre a vacinação.

Os pesquisadores também recomendam estabelecer metas e parâmetros claros de cobertura vacinal para cada grupo prioritário, assim como a cobertura necessária para a transição de fases da vacinação; implantar um sistema de informação unificado sobre a população vacinada no Brasil, que garanta acesso público à microdados com atualização diária, preenchimento adequado e consistência dos dados, com especial atenção para o campo raça/cor autodeclarada; entre outras ações que favoreçam a transparência e maior controle social sobre as estratégias, planos e resultados alcançados na imunização da população brasileira.

O boletim 28 e os demais são acessíveis em: www.redepesquisasolidaria.org/boletins

Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos

Foto: Unsplash

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