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Ethos e Visão Mundial dão novo passo na iniciativa “Ven, Tú Puedes!”

Divulgação de pesquisa com empresas é importante para identificação de iniciativas para migrantes e pessoas refugiadas

13/04/2021

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No dia 6 de abril, os dados da pesquisa para o entendimento do cenário empresarial frente à agenda de migrantes e pessoas refugiadas, com o objetivo de nortear reflexões e diretrizes empresariais, foi apresentado como parte integrante do projeto “Ven, Tú Puedes!”. No projeto, Instituto Ethos e ONG Visão Mundial se unem com o objetivo de trabalhar a responsabilidade social empresarial envolvendo esse grupo no âmbito do mercado de trabalho.

Financiado pelo Governo dos Estados Unidos através do Bureau of Population, Refugees, and Migration (State PRM), o projeto “Ven, Tú Puedes! – Empregabilidade e Empreendedorismo para Refugiados e Migrantes Venezuelanos” tem o objetivo de fornecer assistência à subsistência e aumentar a renda familiar de venezuelanas e venezuelanos entre 18 e 35 anos que vivem em Manaus (AM), Boa Vista (RR) e São Paulo (SP).

“Temos que entender o momento que vivemos, em produzir um processo mais amplo de apoio para combater as desigualdades”, disse Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos durante o encontro que contou ainda com a presença de Thiago Machado, diretor de Operações da Visão Mundial, e Rogenir Costa, coordenadora programática para Migração e Inovação Política da Fundação Avina, entre outros.

Em sua fala de abertura, o diretor-presidente do Ethos destacou o quanto a pesquisa e as demais ações do “Ven, Tú Puedes!” são necessárias para viabilizar a inclusão. “Essa iniciativa nos traz a possibilidade de potencializar mudanças e transformações nos territórios e essa visão territorial é muito importante. Agora, o convite fica para que empresas e organizações tragam suas políticas para essa conversa, a fim de que possamos construir um processo virtuoso, dentro de uma cadeia produtiva, por exemplo. O objetivo concreto é gerarmos inclusão, esse é o desafio colocado e acredito que juntos podemos construir uma experiência com marcos que avancem em direitos, inclusão, equidade e diversidade. Temos potencial para isso”, pontuou Magri.

Machado resgatou a experiência da Visão Mundial quando deu início ao projeto. “A experiência que tivemos inicialmente foi bastante marginal quanto a nosso escopo de trabalho. Hoje, o que temos visto, são várias respostas dentro desse processo. A resposta humanitária é nosso foco principal. Trabalhamos ainda a resposta à crise migratória, à questão da Covid-19, entre outras. Esse tema do desenvolvimento econômico e dos meios de vida sustentáveis foi diminuindo, mas, nos últimos dois anos, voltou com bastante força em nossa agenda, deixando de ser um tema marginal para se tornar um tema central, com as intersecções em saneamento, educação… essa agenda se ampliou muito”, apontou.

O diretor de Operações da Visão Mundial falou também sobre a questão da territorialidade desenvolvida pelo projeto. “Essa capilaridade, a partir do território e dos locais onde a coisa está acontecendo de verdade, onde há situações de privação de direitos e de violência, é essencial. Ao mesmo tempo aumentamos as nuances e a vulnerabilidade com mais parceiros de organizações locais, comunitárias, coletivos, todos querendo chegar junto para apoiar e estar próximos, o que permitiu que pudéssemos aumentar de forma muito interessante as parcerias locais. Temos mais de mil organizações locais que, em um ano e meio, estão juntas fazendo parte desse algo maior. O “Ven, Tú Puedes!” é algo maior, não acaba em setembro e passa a ser uma linha estruturante da Visão Mundial quanto a mobilização de empresas e atores locais, em diferentes níveis, como o poder público, de forma a colocar o eixo de incisão que vai além do institucional”, pontuou Machado.

A respeito da continuidade do projeto, Machado se demonstrou otimista.  “A parceria com o Ethos vem fortalecer esse diálogo com o setor privado. Para potencializar as ações nesse cenário caótico, pensando para além do projeto. Vemos a possibilidade de renovar junto ao governo dos EUA devido a boa implementação dessa fase e também de forma a ampliarmos com outras empresas e parceiros, para que possamos juntos incluir mais pessoas refugiadas que estão à espera de esperança. Projetos dessa natureza trazem essa mensagem de esperança”, concluiu.

A pesquisa

As 14 questões da pesquisa, que ficou disponível para receber respostas entre 21/10/2020 e 22/02/2021, contaram com 90 respostas de 76 empresas, levando em consideração aquelas que responderam todas as questões e se identificaram.

Essas empresas representam 13 estados e 24 cidades. “Foi possível mapear a quantidade de empresas em cada estado, sendo que São Paulo apresentou um número maior, com 31 empresas, seguido de Roraima com 17”, apresentou Scarlett Rodrigues, analista de Projetos do Instituto Ethos.

Quanto as ramificações de empresas com filiais, a pesquisa alcançou 19 estados, 61 cidades e 70 filiais. O que demonstra a amplitude e alcance do projeto se olharmos para a cadeia de valor das empresas, revelando o impacto positivo que envolver os diversos stakeholders tem para a agenda. Em relação ao porte das empresas, foi possível identificar um número expressivo de grandes empresas e de pequenas empresas. Sendo 57% das grandes empresas de São Paulo, enquanto 52% das micro e pequenas empresas são de Roraima. No que se refere ao segmento de atuação, as empresas de prestação de serviços foram as que mais responderam à pesquisa.

“Podemos listar como principais desafios para inclusão de migrantes e pessoas refugiadas, frente as respostas da pesquisa: o pouco debate acerca do tema; o baixo incentivo governamental; a crise econômica e sanitária; e, a dificuldade em acessar grupos e pessoas refugiadas”, analisou Scarlett, que complementou avaliando as oportunidades já identificadas a partir da pesquisa: “Dentre as oportunidades de atuação, a pesquisa revelou que as empresas já engajadas em outros grupos sociais (mulheres, LGBTQI+ e pessoas com deficiência – os grupos que, respectivamente, são os que as empresas mais possuem políticas e iniciativas) têm um grande potencial para incorporar a perspectiva de migrantes e pessoas refugiadas em suas políticas de diversidade e inclusão. Além disso, as experiências de empresas já engajadas podem servir de boas práticas a serem replicadas”, concluiu a analista de Projetos do Ethos.

Os dados completos da pesquisa serão divulgados em breve.

Próximos Passos do “Ven, Tú Puedes!”

A etapa chamada de “aproximação com o tema” acontece agora, em abril, em que será realizada a introdução ao tema por meio de conceitos-chave, com base no diagnóstico e nos princípios orientadores para as empresas participantes, empresas engajadas e organizações envolvidas. Este será o momento para tirar dúvidas, para desmistificar conceitos e promover uma aproximação aos dilemas e oportunidades que cercam esse grupo.

Para tanto, nessa etapa, serão realizadas oficinas de formação, a fim de promover conhecimentos e aprendizados sobre a realidade de migrantes e pessoas refugiadas no mercado de trabalho, com o propósito de possibilitar a construção de políticas de inclusão e empregabilidade.

As oficinas serão regionais, apesar da realização no formato online, uma vez que a territorialidade é um fator crucial para discussão em torno da realidade do grupo social. Essas oficinas estão disponíveis, inclusive, para empresas que ainda não trabalham com o tema.

Podem se inscrever: líderes, gestores e diretores das áreas de gestão de pessoas, responsabilidade social, RH, sustentabilidade e de diversidade e inclusão. As inscrições são feitas no link de acordo com a região correspondente ao local de atuação e o número de representantes por empresa deve ser de duas pessoas, no máximo.

 Datas, horários e links para inscrição

Região Sul (PR/RS/SC) – 26/04/2021 | das 9h30 às 11h

Região Sudeste (SP/RJ/MG) – 27/04/2021 | das 9h30 às 11h

Região Norte (AM/RR) – 28/04/2021 | das 9h30 às 11h

Região Centro-Oeste (DF/GO) – 29/04/2021 | das 9h30 às 11h

As inscrições vão até o dia 22 de abril.

Saiba mais sobre o “Ven, Tú Puedes!”

Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos

Foto: Nappy

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